Uma Unidade da Federação e múltiplos sistemas: uma análise dos subsistemas partidários nos municípios do estado do Rio de Janeiro
A partir de 1988, as análises da Ciência Política brasileira versaram, sobretudo, sobre as instituições nacionais reguladoras e conformadoras da competição política em âmbito nacional. No entanto, nos últimos anos, uma das características deste campo científico tem sido o estudo das formas de representação e competição política em unidades subnacionais, quais sejam os estados e os municípios, conforme a possibilidade posta pela composição do arcabouço institucional do país, o federalismo. É dentro dessa perspectiva que visamos iluminar as discussões acerca do sistema partidário brasileiro, de forma geral, e de forma específica o subsistema partidário nos noventa e dois municípios que compõem o Estado do Rio de Janeiro. Mais particular ainda, considerando os resultados das eleições de 2016 a cargos proporcionais de vereador, o último pleito para este cargo. Interessante ressaltar que, no Brasil, os partidos são nacionais e a fórmula de transformação de votos e cadeiras é universal em todas as disputas proporcionais. Contudo, os resultados eleitorais indicam diferenças significativas de representação em cada unidade subnacional. O ponto central do estudo é discutir, portanto, as diferenças de representação partidária, de gênero, das coalizões ideológicas e a sobreposição dos partidos que detém o poder executivo, no caso a Prefeitura. Os dados de cada um dos noventa e dois municípios serão controlados a partir de dados sociodemográficos e regionais como tamanho da população, renda e IDH, a fim de verificar tendências de aproximação entre características sociais e resultados eleitorais. Para isso, a metodologia adotada é a exploração de dados e de estatísticas públicas, sobretudo, do Tribunal Superior Eleitoral brasileiro e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de forma a possibilitar uma análise quantitativa de ambos.