O IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF: O SOFISMA DE UM GOLPE
Em 2016 a Presidente da República Dilma Rousseff sofreu uma interrupção do seu mandato através de processo de impeachment que tramitou no Congresso Nacional. Tal evento, diferentemente do que ocorreu com Collor em 1992, foi bastante traumático diante da conjuntura social, econômica e política vivenciada pelo país na época, de modo que, até os dias atuais, as suas consequências ainda podem ser percebidas. Muitos defendem que Dilma foi vítima de um golpe de Estado orquestrado pela oposição, enquanto que outros sustentam que o evento, apesar de drástico, ocorreu dentro da institucionalidade democrática. Através de métodos qualitativos e análises estatísticas, este trabalho objetiva explorar os principais fatos que circundaram o processo de impeachment de Dilma Rousseff, descrever e analisar, à luz da teoria política contemporânea, o comportamento dos atores políticos envolvidos e, por fim, verificar se Dilma Rousseff realmente sofreu um golpe de Estado. O argumento principal é o de que a Presidente impedida não teve a habilidade de gerenciar a sua vulnerável coalizão e de manter a sua base de apoio no Congresso Nacional, tendo apresentado uma tendência de governar desconsiderando o papel do Legislativo. Essa falta de diálogo e interação com os membros do Parlamento ocasionou o distanciamento entre os poderes Executivo e Legislativo e contribuiu para a contínua diminuição da base aliada da ex-Presidente, o que resultou na perda do seu mandato. Conclui-se que o golpe defendido por muitos nada mais foi que uma mera expressão da racionalidade dos atores políticos, os quais obtiveram o poder pelos meios permitidos legalmente.
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